A Fotografia nos tempos do império • Proclamação da República Brasileira | Blond Fox
"O passado chega até nós através de representações, ou seja, de materialidade que substitui ausências (que ficaram no passado)."
Roger Chartier
A fotografia é feita inteiramente de instantes; pequenos momentos dos quais se eternizam. E é por meio dela que os registros do passado chegam até nós.
Olá raposinhas, tudo bem com vocês? Espero que estejam bem!
Sejam bem vindos!
Hoje é dia 15 de novembro, dia do qual é comemorado a Proclamação da República. A proclamação ocorreu no dia 15 de novembro de 1889 com a instauração do regime republicano assinado pelo primeiro presidente do Brasil, Marechal Deodoro da Fonseca e com isso, chega ao fim a monarquia constitucional parlamentar.
Eu estava aqui pensando, como será que era a fotografia naquela época.
Bom, eu fui pesquisar e estudar mais sobre o assunto e encontrei diversas coisas interessantes e é lógico que eu precisava vir aqui contar.
A expansão da fotografia amadora no Brasil aconteceu no finalzinho do século 19, pois essa era a forma mais acessível que as pessoas tinham com a fotografia.
Um fotógrafo amador é aquele que pratica a fotografia sem retornos financeiros, ou seja, a sua principal fonte de renda não advém de seus trabalhos fotográficos.
O primeiro daguerreótipo do país foi adquirido pelo Dom Pedro II em 1840, na época com apenas 14 anos.
Dom Pedro II foi o último monarca do império, do qual reinou o país por aproximadamente 58 anos.
O daguerreótipo é conhecido como a primeira câmera fotográfica do mundo, do qual fazia todo o processo de registro de cenas através da ação da luz. Ele foi desenvolvido por Louis Jacques Mandé Daguèrre. E foi um produto de grande consumo cultural na Europa no ano de 1839.
~ Ele parecia uma caixinha ~
Muitos consideram Dom Pedro II como o primeiro fotógrafo brasileiro, mas acredita-se que, na verdade, ele foi o grande pioneiro da expansão da fotografia no país e não desenvolveu a atividade.
~ Uma curiosidade: Dom Pedro II era um grande amante e estudioso da física e ciência. ~
Durante esta época, muitas pessoas utilizavam a fotografia para práticas de superioridade racial; Fins de comparação da inferioridade de negros, mestiços e indígenas. E com essas práticas, a fotografia possuía o papel de criação do famoso "olhar europeu" no Brasil.
Para exemplificar essa prática, eu li um caso que aconteceu na década de 1869, com o famoso cientista francês Louis Agassiz, que era amigo de Dom Pedro II.
Em sua expedição para o Brasil, Louis realizou diversas fotografias de retrato de negros, mestiços e indígenas. Essas imagens eram usadas seguindo o modelo de estudo da antropometria, que é uma área que estuda o corpo humano através de suas medidas e dimensões, então, as fotografias destes grupos ficavam expostas juntamente com réguas.
Muitos fotógrafos estrangeiros vieram ao Brasil para fazer divulgação de seus trabalhos fotográficos e também para criar o mercado fotográfico, o que até então, não existia por aqui.
E como uma forma de valorizar não só estes fotógrafos estrangeiros, mas os daqui também, Dom Pedro II concedeu o título de "Fotógrafo da Casa Imperial" a muitos artistas.
Muitos pintores mal sucedidos em suas carreiras tornaram-se fotógrafos, já que a arte fotográfica possui muitos princípios da pintura.
Enquanto outros pintores, que não aderiram a este movimento, não consideravam a arte da fotografia como uma manifestação artística, já que ela é uma arte da qual não se utiliza as mãos e sim um equipamento, a câmera fotográfica.
E essa é um pouquinho da história.
Conhecimento nunca é demais!
É isso!
Beijos da raposa e até a próxima!
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