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A ressurreição sombria • Jornada Literária | Blond Fox

✨️ A ressurreição sombria ✨️




No outono de 1975, nas profundezas da floresta que cerca um povoado remoto, morinbundo e desesperado por fé, há uma casa abandonada, com muros cobertos por vegetação rasteira de ervas daninhas, que cercam um pequeno cemitério da família do antigo dono, que era conhecido como o  espírito sanguinário. Quando criança seu espírito era atormentado por criaturas da noite sedentas por vingança. O jovem era conhecido por sua extrema crueldade, até o dia em que foi vítima de uma peça cruel de um amigo, que  decidiu dar-lhe um susto de verdade .

O pequeno povoado sobrevivia com muito pouco oferecido por uma seita religiosa, fundadora do local,  dizem que durante a missa da meia-noite, os demônios e criaturas do inferno dançam a luz da fogueira que queima as almas dos inocentes, recolhidas como ofertas durante a missa. O jovem admirava tranquilamente o ritual quando sentiu uma pancada na cabeça, que o fez perder a consciência. Quando acordou estava em uma cova já coberta por boa parte de terra.
Segredos do passado ganham consequências dolorosas em seu isolamento mortal. Quanto mais ele tentava sair mais a cova se fechava.

Depois de alguns dias, seu cadáver apodrecido ressuscita como uma criatura que se manisfesta do purgatório exalava um cheio pútrido, uma criatura que parece ser esculpida  a partir de pesadelos mais sombrios, sua pele derretida dos ossos, seus olhos são poços negros, sua boca descarnada revelava fileiras de dentes afiados e irregulares, como se fosse pedaços de vidros. com os braços desproporcionais, com garras que arranham o chão enquanto se movia.

Seu espírito estava preso a uma aterrorizante força mortal em busca de vingança. A criatura vagava pelas noites escuras do povoado, assombrando aqueles que o traíram, com um ódio dos desprezados, seus grasnidos se tornaram um tormento para os moradores, e ao cair da noite ninguém se atrevia a sair de suas casas, pois a mera presença da criatura fazia o ar ficar pesado e gelado, o medo se espalhava como um veneno. Suas garras rasgam o silêncio da escuridão, seus lamentos penetravam na alma. As sombras pareciam ganhar vida nos buracos profundos dos seus olhos.

Seus amigos do passado eram constantemente atormentados por pesadelos e visões do jovem que enterraram. As noites eram preenchidas com gritos abafados e sombras que dançavam nas paredes, enquanto a criatura os perseguia em seus sonhos. Um a um, começaram a desaparecer misteriosamente, deixando apenas rastros de sangue e um silêncio sepulcral. O povoado afundou ainda mais no desespero, a seita maligna que se dizia religiosa decidiu realizar um ritual para invocar o espírito sanguinário, para que ele ficasse em seu poder,pois apenas ela poderia reinar sobre dois mundos. Reuniram- se na calada da noite no cemitério, com velas e cânticos satânicos, invocando forças obscuras para aprisionar a criatura.
A seita se alimenta do sofrimento e da escuridão. No entanto, a criatura estava no auge do seu poder, pois havia se banhado em sangue, absorvendo a força e a energia da terra. Com uma fúria incontrolável, ele acabou com o ritual Os membros da seita foram arremessados ao chão por uma força invisível, a criatura começou a recitar uma oração de exorcismo ao contrário.

Noctis umbras invocamus;
Copias obscuras, quas hic vocamus.
Animae perditae, venite ad nos;
In igne aeterno exaudi vocem nostram.

Sanguis et caligo, oblatio nostra;
Abyssus abyssum in via nostra.
Inferni, voca creaturas;
Unguibus et dentibus, obsignatum est foedus.

Pallida sub luna saltavimus in orbem;
Cantibus obscuris rituale cyclicum est.
In corde tenebrarum vim invenimus;
In profundo mali renascemur.

Sua voz era forte que estremecia as árvores que envergavam ao seus pés, a luz da lua se tornou pálida, enquanto os ventos uivavam violentamente. A criatura resistia, e com um grito agonizante, todos os mortos, emergiram das profundezas da terra, libertando as almas aprisionadas do inferno. A casa assombrada, abandonada e engolida pela natureza, tornou-se um portal para o submundo onde apenas a lembrança sombria de um passado assombrado atormentava os poucos habitantes do povoado.

Nas sombras da noite, nós invocamos,
Forças obscuras, que aqui chamamos.
Almas perdidas, venham a nós,
No fogo eterno, ouçam nossa voz.

Sangue e trevas, nossa oferenda,
No abismo profundo, nossa senda.
Criaturas do inferno, atendam ao chamado,
Com garras e dentes, o pacto selado.

Sob a lua pálida, dançamos em círculo,
Com cânticos sombrios, o ritual é cíclico.
No coração da escuridão, encontramos poder,
Nas profundezas do mal, vamos renascer.

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Beijos da raposa 🦊

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